28 de dezembro de 2009

Atelier de Ilustração na Biblioteca de Ílhavo

superaram expectativas mais tímidosjpg

No passado dia 21 de Dezembro, orientei um atelier de Ilustração, a partir da leitura do livro O Pai Natal e o maiúsculo Menino, na Biblioteca de Ílhavo – lindíssimo edifício arquitectónico, que não resisto a elogiar, assinado por ARX Portugal Arquitectos lda.
Dirigido a crianças dos 6 aos 12 anos, em que as inscrições superaram a expectativa, este atelier pretendeu ser um espaço de expressão artística e de estimulação da criatividade, imaginação e invenção de cada criança.

tiramos dúvidas

Uns mais tímidos, com mais dificuldade em começar, outros menos, ávidos de desenhar, pintar e colar, todos se aventuraram na arte de ilustrar, conseguindo-se alcançar trabalhos que deixaram muitos pais orgulhosos.
No final inaugurou-se a exposição de originais de ilustração do livro O Pai Natal e o maiúsculo Menino – que estará patente na sala polivalente até ao próximo dia 7 de Janeiro – e… tiraram-se dúvidas…e compararam-se resultados.

compararam resultados

Todos receberam os seus certificados de participação.
Foi uma excelente tarde rodeada de pequenos ilustradores.

Seguiu-se a já tradicional sessão de autógrafos.autógrafos Obrigada Biblioteca de Ílhavo.

23 de dezembro de 2009

Boas Festas!

Boas festas 2009

21 de dezembro de 2009

3ª parte – Encontro Literário

(Ainda na quarta-feira) Depois de almoço, eu, o João Pedro Mésseder e o João Manuel Ribeiro – que também esteve de visita durante a manhã ao 3º ciclo do Colégio Terras de Santa Maria com o seu livro A Casa Grande – fomos abrir um Encontro Literário, no âmbito do projecto Voar a Ler, no Cine-Teatro António Lamoso.

«Voar a Ler é um projecto integrado de promoção de leitura literária desde a Educação Pré-Escolar que pretende criar hábitos de leitura e desenvolver competências de compreensão leitora junto dos alunos do grupo escolaglobal® (Externato Paraíso dos Pequeninos – pré-escolar e 1º ciclo – e o Colégio Terras de Santa Maria – 2º e 3º ciclo). A leitura não é vista como um acto passivo de mera descodificação de símbolos escritos, mas antes como um processo dinâmico, capaz de suscitar significados, em que o leitor é capaz de inferir sentidos a partir da sua interacção com o texto.» (in Projecto Voar a Ler)

Falamos um pouco sobre a importância da leitura da palavra e da imagem e dos mundos paralelos que estas duas linguagens nos permitem conhecer. Durante o encontro, os alunos do 3º ciclo, apresentaram à comunidade escolar os trabalhos criados e desenvolvidos a partir da leitura do livro A Casa Grande partilhando as suas interpretações e ganhos com este processo. Foi um privilégio poder, mais uma vez, fazer parte de uma iniciativa tão enriquecedora e promissora para o desenvolvimento das competências de literacia visual e verbal, e para a promoção do gosto pela leitura.
Foi um dia especial onde se comemoraram os livros.

Parabéns grupo escolaglobal®.

2ª parte - O Pai Natal e o maiúsculo Menino no Cine-Teatro António Lamoso

De seguida (ainda na quarta-feira), mais ao fim da manhã, estive com os alunos do pré-escolar e do 1º ciclo do Externato Paraíso dos Pequeninos (de Lourosa, Santa Maria da Feira). Eu, o João Pedro Mésseder e o Pai Natal estivemos no Cine-Teatro António Lamoso à conversa sobre o nosso livro O Pai Natal e o maiúsculo Menino, que foi também muito bem recebido.IMG_3703_

Seguiu-se a muito concorrida sessão de autógrafos da praxe onde os meninos e meninas puderam interagir mais de perto com todos nós. O Pai Natal foi o principal alvo de atenção, dos pequenitates do pré-escolar, pois recebeu muitos abraços e perguntas curiosas que não resisto a contar-vos: «Olha! E as renas?», «Apanhaste sol? É que estás muito mais moreno…», «O que me deste no ano passado?», «O que vais dar-me este ano?», entre muitas outras igualmente felizes e inesquecíveis.

Obrigada pelo carinho!

1ª parte - O Nó dos Livros no Colégio Terras de Santa Maria

Na passada quarta-feira comecei a manhã no Colégio Terras de Santa Maria (em Argoncilhe, Santa Maria da Feira) onde estive à conversa com os alunos do 5º e do 6º ano sobre o livro O Nó dos Livros que a Margarida Fonseca Santos escreveu e que eu ilustrei. O livro foi muito bem recebido e reflectiu-se na pertinência das intervenções. Foram duas sessões memoráveis. A todos eles dedico as seguintes palavras de agradecimento:

Obrigada pela simpatia com que me receberam (e têm recebido sempre) e pelo calor dos afectos que quase me fizeram esquecer o imenso frio do dia de hoje.
Obrigada pela curiosidade em saber um pouco mais sobre a minha experiência enquanto ilustradora de livros de literatura para a infância e juventude, em geral, e sobre o livro O Nó dos livros, em particular.
Obrigada pelas perguntas inteligentes e pertinentes com que me presentearam mostrando o quão atentos estiveram aos nós que percorrem este livro.
Obrigada pela atenção aos pormenores em jeito de mistério que algumas páginas contêm e que não escaparam ao vosso olhar atento.
Obrigada pelos trabalhos tão diversificados e apelativos que criaram a partir da leitura das imagens e da palavra.
Obrigada por esta manhã bem passada.
Não deixem de saborear os livros bebendo das palavras e das imagens.

nota: quando me chegarem as fotografias que documentam esta visita mostrar-vos-ei.

13 de dezembro de 2009

19 Dez | deCoração de Presépios

deCoração_de _presépios

No próximo sábado, dia 19, entre as 15h e as 17h, vou coordenar uma oficina de deCoração de Presépios para miúdos, na Tropelias & Companhia. Vamos pintar com tinta acrílica e fazer colagens utilizando a técnica de Décopage em presépios de barro.
Os graúdos podem aproveitar para, nessas duas horinhas, folgar dos miúdos enquanto ajudam o Pai Natal a escolher os últimos presentes (para os miúdos, claro)...

Lá vos espero!

nota: As inscrições devem ser feitas até sexta-feira para o email da Tropelias & Companhia.

O Pai Natal… no jornal Público

O Pai Natal e maiúsculo Menino No Público de ontem, na secção P2 (Crianças), Rita Pimenta teceu um comentário sobre o livro O Pai Natal e o maiúsculo Menino, de João Pedro Mésseder e Gabriela Sotto Mayor:

«O Natal de ontem, com o Menino Jesus. O Natal de hoje, com o Pai Natal. Antes, “deixava só o bastante”. Agora, “muitas prendas, um fartote”. João Pedro Mésseder cria neste livro uma voz que vai enumerando, na primeira pessoa e num registo poético cativante, as mudanças na celebração do Natal. Com nostalgia e ironia. “E que é feito do Menino – agora pergunto eu – quase sem roupa, nuzinho, que tanta alegria me deu? / Será que voltou ao presépio, o ofício abandonou / e a amealhar cá na Terra / só o Pai Natal ficou, / entregue a contas e a anúncios pagos p’las televisões, / a pedir dinheiro aos bancos, / um não acabar de aflições?” Se o texto pende para o Menino, a imagem pende para o Pai Natal. É o tempo a ilustrar as diferenças entre quem escreveu e quem desenhou».

9 de dezembro de 2009

Neste NATAL ofereça LIVROS

no natal ofereça livros

No próximo sábado, dia 12, alguns escritores e ilustradores da Trinta por uma Linha estarão na Tropelias & Companhia para falar dos seus livros - cliquem no cartaz para ampliar e confirmar se os vossos preferidos vão lá estar. Não percam a oportunidade de poder levar para casa, a preços especiais de Natal, um livro, ou vários, autografados por ambos os seus autores.

Serão com certeza presentes inesquecíveis! Vemo-nos por lá!

8 de dezembro de 2009

O Pai Natal e o maiúsculo Menino por Maria Elisa Sousa

E como vos havia prometido aqui ficam as palavras (delicadas) de Maria Elisa Sousa sobre o livro natalício de moi-même e do meu amigo João Pedro Mésseder:

Este é o título de mais um presente que João Pedro Mésseder e Gabriela Sotto Mayor nos fazem chegar às mãos. Num registo bem-humorado e em que o texto e a imagem interagem para construírem sentidos e explorarem possibilidades, o leitor vai conviver com imagens e com os versos de uma narrativa que nos apresenta duas personagens, quase faces da mesma moeda. Menino Jesus? Pai Natal? Tempos que se cruzam e tanto se distanciam! Quanto tempo separa o maiúsculo Menino do maiúsculo Papá?
Os dois são maiúsculos porque se distinguem, possuem identidade bem definida, como é próprio dos nomes próprios, ora dos meninos que recebem presentes, ora dos papás que oferecem os presentes que os meninos recebem.
Ao percorrer estas páginas de Natal, ouvimos uma voz que dá conta das suas memórias de criança, de uma infância tempo de mistérios e de simplicidade, em que os presentes de Natal cabiam na chaminé, para serem deixados nos sapatos ou nas meias dos meninos por um outro menino, especial e maiúsculo, que seleccionava os pedidos e distribuía com parcimónia os presentes, que podiam ser saboreados com demora, sem pressas e com o carinho devido às coisas que sabem a conquista:

8-9

Descia p’la chaminé / num rumor inquietante/ e do muito que eu pedira / deixava só o bastante

Mas este tempo de menino parece ter acabado e outros tempos, outros seres haveriam de aparecer. O Natal tempo-de-infância, em que os meninos esperavam, com encanto e mistério, por um outro Menino, cede lugar ao Natal de um senhor com sinais de velho menino, pesado e volumoso em demasia para poder caber na chaminé. Vinha de longe esse senhor e também trazia presentes:

De um senhor de barbas brancas / um maiúsculo Papá / vindo dos confins do Norte, / só mais tarde ouvi falar

Também trazia – oh que sorte! / muitas prendas, um fartote. /Na mão direita um sininho / e um ar de velho menino

E logo aqui começamos a sentir a oposição que a cada passo se faz entre os tempos do Menino e do Papá, maiúsculos os dois, pois. Enquanto o maiúsculo Menino deixava só o bastante do muito que havia sido pedido, o maiúsculo Papá trazia muitas prendas, um fartote. Este maiúsculo Papá que no Natal aparecia e presentes distribuía, passou a ser conhecido por Pai Natal, um nome querido, por sinal.
O tempo deste Pai Natal é já outro e a sua longa caminhada pela vida, comprovada pelas suas barbas brancas, apesar do ar de menino, tinha-o feito chegar a um outro tempo, bem diferente. É um Pai Natal familiarizado com as tecnologias, com estratégias de marketing e de publicidade. Um Pai Natal que, como tantos papás não maiúsculos, se desdobra e multiplica as horas do dia para arranjar forma de oferecer o que não tem. Se no tempo do Menino Jesus era oferecido o q.b, relativamente ao que era pedido, no tempo do Pai Natal, as prendas são tantas que fogem pelos dedos, mesmo que para isso se tenha de endividar.
Sem raiar para o fácil moralismo, e com imagens que se aliam à narrativa, não para lhe dar cor e dizer o já dito, mas antes para ampliar sentidos e leituras que despertam a mente e o humor que faz pensar, é apresentado um Pai Natal bem dos tempos actuais que entra em cena com tudo planeado para o espectáculo não falhar e muitos fundos poder angariar. E de fundos bem precisa para a sede consumista satisfazer:

20-21

Num hábil equilíbrio entre a nostalgia, a crítica e o humor, o leitor acede, pela palavra e pela imagem, a memórias que também poderão ser suas, no caso dos mais crescidos, e é interpelado por interrogações que o fazem pensar e questionar valores e atitudes que de tão impregnados e automatizados, são muitas vezes entendidos como vulgares e inevitáveis. E a esse propósito ouçamos a voz que percorre o livro e habita páginas com cor de cumplicidade, traços de leveza e de preocupação, mas sempre portadores de energia que contagia o olhar:

E que é feito do Menino / -agora pergunto eu- / quase sem roupa, nuzinho, / que tanta alegria me deu?

Será que voltou ao presépio, / o ofício abandonou / e a amealhar cá na Terra / só o Pai Natal ficou,

Entregue a contas e a anúncios / pagos p’las televisões, / a pedir dinheiro aos bancos, / um não acabar de aflições?
 
Mas esta voz, com saudades da infância perdida, tempo de mistério e de parcimónia, e com um fraquinho pelo Menino Jesus, revela também simpatia pelo Pai Natal e até pena dele tem, porque muito tem de pensar onde há-de ir buscar o baguinho necessário, já que muito dinheiro é preciso para tanta coisa comprar. Só que este Pai Natal, do tempo das luzes e do néon, com tantas coisas para comprar, com tantos presentes para dar, acaba por cometer a injustiça comum de nas casas ricas deixar / sempre mais do que é preciso; / e, nas pobres, por azar, / um pouco mais do que nada / e uma tristeza a pairar.

Se o Pai Natal e Menino Jesus uma sociedade fizessem, talvez todos pudéssemos ter um bocadinho de tudo e um pouco de nada, para não faltar sempre aos mesmos e aprender que só podemos dar o que temos. E ao que parece, pelos versos desta história, aquele Menino com maiúsculas bem pode o Pai Natal ajudar: 28-29

Será que o Pai Natal vai ter tempo para ouvir esta recomendação? Talvez, folheando a memória que nestas páginas respira e lembrando-se do Menino que no seu tempo de menino existiu, e no tempo se perdeu. Talvez diga, então, como a voz destes versos: Mas que saudades eu sinto / desse tão doce Menino, / sem retrato no jornal, / que ia e vinha de mansinho. Saudades que respiram com intensa leveza no traço e na paleta de cores de Gabriela Sotto Mayor. Saudades que fazem fechar os olhos e deixam voar os afectos nas asas invisíveis de um fofo coração, em forma de puf, imagem que aconchega memórias doces e singulares.

Maria Elisa Sousa
Mãos à Arte, 28 de Novembro de 2009.

nota: Maria Elisa Sousa faz citações que, por vezes, contemplam a totalidade da componente verbal presente numa determinada página dupla, em alguns casos, optei por substituir essas citações pelas páginas referidas, mostrando não só o texto verbal como o seu (con)texto visual.

7 de dezembro de 2009

Where books come to life

Conheci esta campanha, com animação em papel recortado, realizada pela New Zealand Book Council, no blogue O Jardim Assombrado, e não resisti a mostrar-vos. É absolutamente divinal! Por aqui conseguem mais informação sobre o escritor Maurice Gee, o autor do texto.

Ler para Crescer com Livros

Ler para crescer

Nos passados dias 4 e 5 realizou-se, na Biblioteca Municipal de Ílhavo, a acção de formação Ler para Crescer com livros, pela Casa da Leitura. Pudemos contar com a presença de três investigadoras nacionais Sara Reis da Silva, Ana Margarida Ramos e Fernanda Leopoldina Viana que nos falaram sobre Literatura para a infância, A ilustração no livro infantil e o Desenvolvimento da literacia emergente: competências em crianças de idade pré-escolar, respectivamente. O auditório da Biblioteca esteve cheio. Valeu mesmo a pena, foram dois dias muitíssimo enriquecedores. Obrigada BMI. Fico à espera de mais iniciativas assim.